sexta-feira, 13 de março de 2009

Práticas antigas

Eu dançarei sobre teu túmulo
Paganismo inerte
Música que aprendi de ouvido
no pulsar envenenado
que me perverte
mas sustenta o fôlego

Desfarei no giro dos quadris
A mandinga e a modorra
que lançaste-me sobre a libido
Terei teu jazigo revolvido
e até o verme cuidarei que morra
sob as coreografias febris

Ocorre que as hordas infernais
são palavras esmurrando minha porta
e as logro no encanto das cantigas
E entre ritos novos e práticas antigas
vislumbro-te carne exposta
nas manchetes dos jornais

Breve dançarei sobre teu túmulo


Iriene Borges

5 comentários:

Alexandre Spinelli Ferreira disse...

Como são bons seus poemas, Iriene!
Forte, com conteúdo e lirismo ao mesmo tempo...
Todo meu respeito...

Malu disse...

Grandioso! Gosto demais deste, em especial. Bjo.

Eric disse...

Ela é demais.

O Barraco disse...

apreciado.

Iriene Borges disse...

Oh!

Grata a todos.