sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Transposição

Tomarei a desgraça por pilhéria
Na decomposição da noite escura
Ao me entregar nos braços da natura
Como um filho que volta da miséria.

Eu desmantelarei essa armadura
Da hipocrisia que se mostra séria
E no desmembramento da matéria
Eu só darei valor à idéia pura!

E sem raiva, nem medo, nem tristeza,
Nem qualquer sentimento que destrua,
Ao mundo ostentarei minha alma nua

Que, mergulhada no éter do meu ser,
Foi transposta da sua natureza
Para os versos que agora estás a ler!

David Moura.

6 comentários:

Alexandre Spinelli Ferreira disse...

David, que ótimo este poema... transposição da alma para o poesia... e da poesia para a alma...
Abraço!

Anônimo disse...

Putz! Sem comentários... Eu adoro sonetos. Sonetos como esse, principalmente!

Giu Missel disse...

Porra David, este é um dos meus sonetos preferidos dos teus. que são belos, cheios de poesia.

CADO - MAPA DOS MEUS DIAS disse...

E sem raiva, nem medo, nem tristeza,
Nem qualquer sentimento que destrua,
Ao mundo ostentarei minha alma nua


taí a síntese de teu poema tão sensível e bem cuidado.

"ao mundo ostentarei minha alma nua"

não esquecerei disso.

Unknown disse...

o primeiro quarteto ja fala por si e pelo belo poema!

lindo demais...

"A Moça que Sonha: A Louca." disse...

Depois do Boer...

Hummmm Acabaram comigo....posso ser enterrada com esmero.