O poema nunca estará feito
enquanto não se findar o que sinto,
o objeto transcende o sujeito,
o sangue colore o vinho tinto.
Palavras se escrevem
com meio, início e final,
mas mágoa é sinal:
rios lentos não cedem.
Quisera encerrar a voz que me envolve
como se mata um poema, golpe por golpe,
mas a mágoa é eterna, cadência infinita
e a dor é pulsante, precede a própria vida.
Não quero parecer, contudo,
um toador do revés,
quero, ao invés, parecer com tudo,
abrir meus olhos,sonhar através.
Mas, desejo, terás de esperar.
Quanto maior a esperança,
mais a mágoa avança,
insiste em não acabar.
E, pra calar sua voz,
tenho um ponto final,
e esqueço que o fim
é apenas sinal.
Eric Schnaider
quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
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6 comentários:
"Pontos finais... Eles semrpe perdem para as reticências." (Lucas de oliveira) rs
Bom poema, cara!
Abraço.
Gostei bastante Eric.
um ritmo mto bonito, os versos dançam e choram no poema.
Boa cadência.
Sonoridade que me atrai.
Cara... gostei muito... o ponto final é só um reinício, na maioria das vezes... ótimo!
Parabéns!
cara... não lembro de já ter lido algo teu.
mas podes ter certeza que passarei a ler. achei realmente belo e sensível. tem uma levada interessante e um uso preciso das palavras. poema maduro com jeito de jovem. bom demais.
destaco:
Não quero parecer, contudo,
um toador do revés,
quero, ao invés, parecer com tudo,
abrir meus olhos,sonhar através.
De palavra a palavra o som entre as linhas dançam.
Amei as Linhas Eric.
Abraços!
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