sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Um Sopro no Jardim

Em obscuridade e estado de sonolência
Entrei e permaneci, no tubo da transição
Num ato de colisão senti que daqui...
Desprendi-me e perdi a lucidez

O ocaso me impulsiona a te conhecer...

Sua face me revela um toque de puro requinte
e em lúgubres estilhaços, desvenda-me
De repente, olho-te! com lacuna impenetrável
Olha-me com fúcsia sinistra
(de quem vê a biografia se degenerar)

Sombras escamoteiam o medo
no cruzamento dos portais...
E dentro de mim impera:
- a solitude calada –

Na distrofia do isolamento...
Conspiram versos desencantados

E da obscuridade alojada...
Conduz-me pela mão a vida, que por ora.
Já não pulsa mais, e torna as mãos vazias

Cobre-me de flores e folhas
Neste jardim visionário...
Leva-me inebriada a existência
e ao sopro de seu toque impetuoso

Liberta-me a alma deste jardim sombrio
Na fonte antes, sagrada e inviolável.
Faz-me caminhar por entre as flores
Como a pomba, com o ramo de Oliveira...

A vida floresce e de novo, regresso a terra.

Sonia Cancine

4 comentários:

O Barraco disse...

Essa é linda India.
Sua poesia é mto entregue e tem um estilo inconfundível.

Alexandre Spinelli Ferreira disse...

'o acaso me impulsiona a te conhecer'... é ótimo... poesia simples, sem rebuscamentos e verdadeira...
Parabéns...

ÍndiaOnhara disse...

Obrigada Giuu, pela escolha deste, por sua presença e apoio.

beijos beijos
tum tum tum

ÍndiaOnhara disse...

Alexandre, muito obrigada por assim a ter percebido.

abraços!