segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

NOITE AFOITA

No calor da noite, alheio ao som dos carros,
das lojas
e dos pulsares dos podres corações humanos,

o mar, cheio de merda e misantropia,
se deixava engolir pelo vazio
dos olhos
meus

uma canção de adeus
pairava sobre os prédios enquanto a lua,
em pétalas, se desfazia
pra me iluminar. . .

(um punhado de açucar, lançado ao mar,
não demora muito pra se transformar em sal)

a noite derretia
entre meus dedos.

Lucas de Oliveira

6 comentários:

Malu disse...

Fodáustico. Forte e denso. Gostei muito.

Giu Missel disse...

este escrito é mto bonito!

Tati Tosta disse...

Muito bom.

Eric disse...

Rendido. É muito talento!

Alexandre Spinelli Ferreira disse...

Lucas, fazia tempo que não lia teus escritos...
Este está muito bom... gostei da imagem do açúcar no mar...
Abraço!

Ingrid Regina disse...

Açucar sal,
Sal açucar.
Como o ódio e o amor, o amor e o ódio.

Escreveu este com pena fina, Luquinhas!